Do Ninho

Esse amor é tanto...e tão maior do que o peito

que não acha um jeito...de amar sem causar espanto...

que se me agiganto...para tentar amar direito

agiganta-se o efeito...e o amor, portanto.

A alegria é tanta...e a boca, tão estreita

que, sorrindo, se ajeita...lá no fundo da garganta

e, quando ela canta...sua fuga é tão perfeita

que a palavra se deita...o sorriso se levanta.

Esse sentir sozinho...e tão, de si, acompanhado

que leva pra todo lado...que inventa o caminho

não sabe ser daninho...porque caminha com cuidado

sobre um chão delicado...usando pés de carinho;

e quem olha, vê o vinho...vê um ser embriagado...

só não vê o ser-amado...dentro do peito...no ninho.

20-04-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 21/04/2014
Reeditado em 11/12/2015
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