Endereçado ao mar...
Euna Britto de Oliveira
Enquanto a cachoeira se despenca,
As pequenas plantas se aquietam à margem,
Ao fragor da queda líquida e ao frescor de eterno sereno...
A força bruta das águas é uma força primitiva
Que lava, leva e não sei se primeiro ou por último,
Louva!....
É a força que se alonga, encolhe-se e explode!...
A força breve das plantas é uma força vegetativa
Que se adivinha em fruto:
Nascem, crescem e florescem...
Esperam, espalham-se, recolhem-se...
Como a água, busco minha passagem,
Condeno as barragens
Que represam os rios
E só fazem deles natureza mutilada.
Se for preciso, alargo-me ou me estreito
Para conter ou ser contida
E sei perfazer meandros, retas e verticais
No meu curso sem afluentes.
Gosto de paisagens
Novos panoramas
E vejo tudo, de parelha comigo, no meu caminho:
O banho das garças
O passeio das borboletas
E o abraço livre de censura dos homens naturais.
Interessado rio
Endereçado ao mar...