Endereçado ao mar...

Euna Britto de Oliveira

Enquanto a cachoeira se despenca,

As pequenas plantas se aquietam à margem,

Ao fragor da queda líquida e ao frescor de eterno sereno...

A força bruta das águas é uma força primitiva

Que lava, leva e não sei se primeiro ou por último,

Louva!....

É a força que se alonga, encolhe-se e explode!...

A força breve das plantas é uma força vegetativa

Que se adivinha em fruto:

Nascem, crescem e florescem...

Esperam, espalham-se, recolhem-se...

Como a água, busco minha passagem,

Condeno as barragens

Que represam os rios

E só fazem deles natureza mutilada.

Se for preciso, alargo-me ou me estreito

Para conter ou ser contida

E sei perfazer meandros, retas e verticais

No meu curso sem afluentes.

Gosto de paisagens

Novos panoramas

E vejo tudo, de parelha comigo, no meu caminho:

O banho das garças

O passeio das borboletas

E o abraço livre de censura dos homens naturais.

Interessado rio

Endereçado ao mar...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 07/05/2007
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