À Carruagem
Às vezes eu fico para trás
e te vejo de longe - sem te ver.
E meus olhos se ferem.
Às vezes eu corro e tropeço a tua frente,
só pra te ver..
E meus olhos se ferem.
Quantas já gritei?
Quantas palavras
derramadas?
De outros, jorrou o sangue.
Vocês que governam o mundo,
essa carruagem veloz
que nos faz de rua,
que nos faz de rodas...
Vocês que governam as armas
e as palavras
enfrentem nossos sonhos rompidos
enfrentem nossas poesias perdidas
enfrentem nossa mãos e mentes calejadas
enfrentem nosso poder.
Fiquei, e fico, para trás,
só para te ver, Carruagem,
passar por cima das flores.
E meus olhos se ferem.