À Carruagem

Às vezes eu fico para trás

e te vejo de longe - sem te ver.

E meus olhos se ferem.

Às vezes eu corro e tropeço a tua frente,

só pra te ver..

E meus olhos se ferem.

Quantas já gritei?

Quantas palavras

derramadas?

De outros, jorrou o sangue.

Vocês que governam o mundo,

essa carruagem veloz

que nos faz de rua,

que nos faz de rodas...

Vocês que governam as armas

e as palavras

enfrentem nossos sonhos rompidos

enfrentem nossas poesias perdidas

enfrentem nossa mãos e mentes calejadas

enfrentem nosso poder.

Fiquei, e fico, para trás,

só para te ver, Carruagem,

passar por cima das flores.

E meus olhos se ferem.

Ignis
Enviado por Ignis em 20/04/2014
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