O LEITO
De tarde
O mesmo pouso
Alinhando
A mesma fonte
Desejos escondidos
Lugar
Onde máscaras
Encobrem facínoras
Víboras
Santos e damas
Querendo ascender
Ela de encontro
Entre um ombro
E outro
Pensava na macega
Cega de luzes
Perfume de relva
Acesa de olhos
Vivendo amores
Senhores disfarçam
Seus favores
De me deixar
Ficar
Olhando o que
Da janela passar
Algo se entrelaça
Sente o calor
Sussurrando
Multidão das conversas
Não há nada que faça
Dama que a pose
Faz dela
Bela sintonia
Saia curta
Blusa regata
Ela quer
Que roubam seu anel
Devolvam no adeus
Depois que olhar p’ro céu
Mãos calorosas
Brilho de mel
Abelha rainha
Deixa saber
Onde se aninha
Sua feroz idade.