Na cara do gol

Na cara do gol,

O artilheiro cultivava sonhos e devaneios

Que dobravam a esquina.

Não podia claudicar:

Era jogar prá rede

E celebrar com a galera.

Na cara do gol,

O matador não contava com a cilada

Que se avizinhava.

No mesmo passo e sorrateiro

O zagueiro em manobra eficaz

Tolhia seu sonho com dureza.

E o artilheiro melancólico

Se entregava perdido

Na cara do gol.

(Adamar Gomes)