Medo da morte

Nada me assusta tanto

Quanto àquilo que não sei,

pelo tanto que ainda se oculta

E que esta velha caduca

Jamais sonhou existir.

E se eu partir?

Vou de malas meio cheias

Ou meio vazias?

Saberei?

Não.

No último dia,

Quando o trem já estiver perto

Pra onde vou,

Se eu nem queria ir

E assim mesmo

A passagem foi reservada?

Eu nunca soube de nada...

Tateei a casa toda

Com a pouca luz

Que vinha das frestas

E hoje, com as janelas abertas,

Contemplo a imensidão.

Observo o tempo florindo nas campinas

E o que temo,

É não ser a mesma menina

Que com alegria,

Corria entre as cores,

E sentia os perfumes

Sem se perguntar

Sobre começos e fins

E era feliz à sua maneira.

Leda Gaivota
Enviado por Leda Gaivota em 19/04/2014
Reeditado em 06/08/2014
Código do texto: T4774472
Classificação de conteúdo: seguro