Medo da morte
Nada me assusta tanto
Quanto àquilo que não sei,
pelo tanto que ainda se oculta
E que esta velha caduca
Jamais sonhou existir.
E se eu partir?
Vou de malas meio cheias
Ou meio vazias?
Saberei?
Não.
No último dia,
Quando o trem já estiver perto
Pra onde vou,
Se eu nem queria ir
E assim mesmo
A passagem foi reservada?
Eu nunca soube de nada...
Tateei a casa toda
Com a pouca luz
Que vinha das frestas
E hoje, com as janelas abertas,
Contemplo a imensidão.
Observo o tempo florindo nas campinas
E o que temo,
É não ser a mesma menina
Que com alegria,
Corria entre as cores,
E sentia os perfumes
Sem se perguntar
Sobre começos e fins
E era feliz à sua maneira.