A DOMA DO FORTE
Segurava
Como palha
Que vai acender
Um bilhete
Escrito com
O que tinha
Carvão feito lápis
Borrado entre as mãos
Que nunca tremiam
A covardia
Não se entendia
Pela estrada que ele corria
Mas que menina
Era aquela
Favela amiga
Aquarela de luzes
Antiga
Corri pipas
Pelos velhos barracos
Homens fracos
Deixei pra traz
Entre guerra e paz
Miséria e crença
Desavenças
Meus amigos
Me surge a frente
Pareço doente
Ao vê-la presente
Dentro de meus olhos
Esqueço este empório
De peças esquecidas
Entrego-me
Prefiro ser cego de amor
Do que da vida.