Espelhos
Encontro-me num beco,
Sem saída;
Um prisioneiro,
Da minha própria vida.
Por todos os lados
Estão imensos espelhos
Que me olham e
Impedem-me de andar.
Refletem meu único
E maior inimigo:
Eu mesmo.
Como castigo,
Vivo como um condenado,
Procurando espaços,
Quaisquer buracos,
Por onde eu possa continuar.
Mas nada acho.
Tento quebrá-los,
Mas apenas arranho-nos.
Pois tudo quanto eu jogo,
Volta contra mim, em dobro.
Única forma de libertar-me,
Dessa minha própria prisão,
É remendar os arranhões,
E aquietar-me.
Até que estejam limpos,
Todos os meus corações.