Ajattara
O farfalhar de folhas ao vento,
Anunciando um trevoso augúrio.
Caminhei sem um aparente intento;
Ao longe um soturno murmúrio.
No frescor de uma brisa lânguida,
Em uma amarelada paisagem de outono,
Diante de tal macabra figura,
Esmoreci num profundo sono.
Após despertar sem vigor,
Com uma elusiva reminiscência,
Uma cobra ou dragão e um clamor,
Assolado pela pestilência.
Circunspecto tornar-vos-ei,
Ao errar pelo negrume do bosque.
Se porventura encontrardes Ajattara*
Ansiareis pela foice da morte.
• Demônio do bosque de acordo com a mitologia finlandesa. Manifesta-se na forma de uma cobra ou dragão. Acredita-se ser a mãe do diabo. Espalha pestilência e doenças e qualquer um que olhar para ela tornar-se-á doente.