Amnésia (ou as desventuras em série de um escrevedor muito atrapalhado)

Então você tem uma ideia – mas não uma qualquer

Tens a melhor ideia de todas para um poema – porém não um simples

Apenas o mais phoda de todos os poemas que poderiam ser escritos

Bem, pelo menos o mais foda que você poderia escrever àquele momento

Alegre com a magnífica abstração tida, dá-se por satisfeito

Pensando consigo: “ihu! espere só chegar ao local para que possa escrevê-lo!

E continuas com teu caminho – entretido pela sua incrível capacidade criativa

Mas a viagem continua – e, num curto intervalo de tempo, irrelevante ao cosmos

A viagem passa. Chegas ao teu destino. Prestes e pronto a enfrentar a rotina

Com teu cansaço, maior e mais vil que o habitual

E quando há finalmente papel e caneta (ou lápis) facilmente disponível

Dá-se conta que a ideia magnânima que tiveste, como num passe de mágica

Magia macabra – diga-se de passagem

O poema sumiu

A ideia se perdeu

Os versos, tu se esqueceu

O que poderia ter sido, se escafedeu

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E é assim que aquele poema, que dificilmente tornará a figurar

Na sua imaginação e jamais tornará a tua memória

Dá lugar a esses versos falhos, toscos, sem sentido e insosso

Que não passa de um momento ao nada

A incrível capacidade de esquecer as coisas

Pelo escrevedor – também conhecido de bruto ser ignorante e sensível

Esse vulgo peão da literatura marginal dos fracassados e desmemoriados

Pelo menos esses versos digitados e relegados a internet – jamais serão esquecidos!