No ritmo dos ventos

Tempestades são areia de prata

Que se movem sarracenas pelo espaço,

Engendram dilúvios febris e cansaço

E numa atmosfera cíclica ao amor retrata.

Brisas são sombra e água fresca

Que lentamente desfazem enigmas,

Mas é necessário que aqui se diga

Que as abas do silêncio são burlescas.

O lixo soprado pelos ventos é nômade

Bem como órfã é a saudade sem nome

Que se torna delinquentemente vazia...

Melancólico é o amor isento de paixão,

Pois, é cúmplice inexorável da solidão

Que pinta de aparências a ventania!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 17/04/2014
Código do texto: T4772311
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