MÃES DA CASA

Ter os dedos

Atrofiados

Por fazer

Tantos lados

Mal-dizer

Sem laços voltados

Apenas um caso

Resolvido

Algo partido

Sem deixar pistas

Voltas persistas

No que pode

Com dor mastigar

De sua alma

Que parece calma

Amarga vida

Clone dos que foram

Portanto

Vão existir

O que faz

Entorna um novo

Vestido de paz

Mas ela sempre jaz

Não mais além disso

Faz

Pelo bem da vontade

Que há

Martírio em cada dia

Ponho a meus filhos

Marido e um gole

Que sobra do vinho

Que é tão doce

Que parece vinho

Saboreio rindo

Como na casa

Dos senhorios

Sonhando

Numa valsa sutil

Que dança

meus olhos

Perdidos de criança

Vão ainda alcançar céus

Véus de esperança

Que levo

“Por que o servo

Tenta alcançar

Um cume que olha

Pra baixo”.