Rei de Ninguém

Pra quem vou dizer o caminho?...

Se não há ouvidos,

Se não se fizeram sentidos,

No mundo de nós.

Se o sentimento que herdou...

Foi todo combalido

Durante a solidão,

Que por anos ficou.

Só me resta entender essa letargia do perdão

Que se exilou.

Hoje a dimensão

Do erro é latentemente merçada,

Pela tênue olhada,

Dos olhos crus de emoção,

Em dimensão do nada,

Que está o meu ser.

Em decrepto,

Ando mais do que solitário,

Mas vou voltando ao pó,

Deixando a explosão que vós criou.

Se entre a lacuna

Da mágoa e as nossas poucas risadas,

Incapazes de desnutrir a timidez

Da nossa acidez,

Não versaram a luz nessa escuridão,

Só me resta a morte,

Como cura pra essa triste falação.