O VARÃO
Entre uma casa
E outra
Vez por outra
Não pedia nada
Pés em calços
De calos
Enxada sempre limpa
Foice afiada
Restinga
Resta uma linha
Onde possa morar
Sem ter que pagar
Nada a ninguém
Por bem
Que algumas noites
Diz amém
N’outras
Que o sono não vem
Estrelas visitam seu
Harém
Plantado em qualquer lugar
Que possa estar
Conversar
com um adeus
Até logo até lá
Passam por lá
As esquinas
Que foram vítimas
Desta humildade
Agora cansada
Derrotada
Alcançada
Metros de rua
E avenidas
Não foram
O p’ra sempre
Em sua vida...