QUESTÕES ETÉREAS
Ante às belezas infindas,
À majestosa Natureza
Minha reverência fez-se mar.
No esplendor sagrado deste culto,
Lancei-me em Universo profundo:
Qual a causa disso tudo?
Para todo fato uma causa há
Isto logo percebi
Desde o canto sabiá.
Até as quedas d'água
Não me deixavam enganar.
Mas olhei o micro-mundo
Vi nos quantuns absurdos.
Lá dois podem ser um
E um vir de lugar algum.
Afinal, sou produto de uma causa original?
Ou dispensa a existência causa e catedral?
Qual a causa da sinfonia descomunal?
Fitando raso, num riacho espelho d'água
Vi refletido um prisioneiro.
Arrebatado, cativo das questões etéreas,
Questionava o existir.
Há nobreza neste verbo?
Ou seria tudo mero jogo entre o céu e o inferno?
Indiferente a deuses e demônios, ela é prolixa.
Faz de opostos a matéria prima
E tece a grande poesia.
Quais verdades
Inda guarda a Majestade?
Ante às belezas infindas,
À majestosa Natureza
Minha reverência fez-se mar.
Sou de ti a forma que encontraste
Para a ti mesma contemplar.