O MONSTRO VISTO DE LONGE

Não era monstro nem androide.

Não era historia em quadrinho

nem era o indecifrável.

Só era um menino bobo, acuado.

Só era promessa de ser homem

e medo de ser deixado de lado.

Solidão atrás dos olhos frios,

mentira atras do triste afago.

Só o medíocre do talento escasso,

e o cuidado torpe. Ausente amado.

Um corpo perfurado por qualquer falo,

compulsão asquerosa, resquício de trato.

A solidão habita entre dois, três, quarto...

quantos forem os pobres coitados.

Crescerá parasitando vidas e fatos.

Morrerá sobre o próprio engenho triste,

fingindo ser amor o que é apenas descaso.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 14/04/2014
Código do texto: T4769091
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