“PANTUN DO SUICIDA”

Com minhas mãos me semeio

Como semente em terra seca

Volta à flor de onde veio

Inodora, incolor e toda peca.

Como semente em terra seca

Na superfície, levada pelo vento

Inodora, incolor e toda peca

A florir o jardim do esquecimento.

Na superfície, levada pelo vento

Deixando o que tinha de odara

A florir o jardim do esquecimento

No Hades ser o graveto da coivara

Deixando o que tinha de odara

A fraqueza dos punhos, forte

No Hades ser o graveto da coivara

A queimar a seiva da vida, à morte.

A fraqueza dos punhos, forte

Os micróbios fazendo o rateio

A queimar a seiva da vida, à morte

Com minhas mãos me semeio.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 14/04/2014
Reeditado em 15/04/2014
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