pescador de sonhos
À noite os versos
Fogem de mim
E saem em fuga
Como quem teme ser aprisionado.
Então restam as manhãs
E as tardes para as inspirações
O fazer versos, o ser poeta.
Desespero e em fuga
Ponho-me também na procura
De um verso desavisado.
E se o encontro trago em laços
De pensamentos como quem consegue
Uma caça.
Pela manhã os encontro madrugando
Em pensamentos rasos, próximo do desacordar...
Boto-os suavemente nos olhos
E retorno ao sonho descontinuado
Porque sou apenas poeta,pescador
De sonhos, apenas os que não são fugitivos
E se entregam aprisionados
E que me inspiram