ATORDOAMENTO

Perpassa pela alma um quê revolto,

que sobe e desce ladeiras, senta nas esquinas,

adentra janelas vazando vidraças embaçadas.

Há murmúrios, expectativa do iminente,

sobressaltos tensos, fibrilações descontroladas,

sobre todos um atordoamento crescente.

De quanto me oferecem, tudo é estéril,

canso-me e rasgo a faixa.

Derrubo muros,

permitindo-me içar a mim mesma do caos

e sair de caminhos obscuros.

Assim, só assim, recupero forças

e as recolho, como dádivas.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 13/04/2014
Código do texto: T4767812
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