ATORDOAMENTO
Perpassa pela alma um quê revolto,
que sobe e desce ladeiras, senta nas esquinas,
adentra janelas vazando vidraças embaçadas.
Há murmúrios, expectativa do iminente,
sobressaltos tensos, fibrilações descontroladas,
sobre todos um atordoamento crescente.
De quanto me oferecem, tudo é estéril,
canso-me e rasgo a faixa.
Derrubo muros,
permitindo-me içar a mim mesma do caos
e sair de caminhos obscuros.
Assim, só assim, recupero forças
e as recolho, como dádivas.