MEU VERSO
Vive meu verso... Ganha o sopro...
Afaga os amargos quais eu.
Confessa que de amor também sofro,
Mostra a dor que em mim floresceu...
Deixa ver as lágrimas que tenho
Nesta noite de árida ilusão.
Se de alegrias, falar eu não venho,
É meu guia o fanal solidão.
E das horas, no ontem, douradas,
Refaz meu lembrar tanto ameno,
Tanto faz se são horas marcadas
Por róseas lágrimas ou doce veneno.
Mas não seque essa gota mascavo
Quem te macula ó verso da calma
Que a tormenta seja só o alinhavo
Em colóquio com a minha alma.