Do Veneno
Na ponta da flecha, que foi atirada
pelo destino (inflamável arqueiro)
veio um veneno de paixão, certeiro!...
que deixou a minha paz envenenada...
ferida por um doloroso braseiro
que só faz queimar saudade e mais nada...
que traz, com a lembrança, a ferroada...
ferrões de fogo, num ardente vespeiro.
Nessa chama, onde a dor é queimada...
onde arde desassossego, primeiro
também me queima esse ardor festeiro...
esse prazer que só sabe dar risada...
que ri, feliz, da dor da mulher amada
pois, nela, a fumaça tem o meu cheiro.
11-04-2014