THERAPHOSA BLONDI

Parece um compasso

marcado

Passos dados

que ela mesmo sentia

Saindo

Pelo verão caindo

Do que seria

Mais uma noite

Vazia atropelando

Algozes

Velozes otários

Vorazes crianças

Que a penumbra

Alcança

E fere

Revolta e lança

Vozes possuídas de rancor

Pelo ardor

Que deixa

Tão linda

uma gueixa

Servindo a si mesma

Coração bateria

Liga luzes

Cemitério de cruzes

Zumbis que abusem

Tenho unhas compridas

Um colar branco

De pedras vivas

Escolhe vítimas

Que deixo estendidas

Numa teia fina

Que brilha

Sei onde estão

Sinto o coração

Virar meninas num

Cordão de pular

Vibrar querendo cair

Aonde vou

Donde saio que entro

Trago as almas

P’ra dentro

Olhos sedentos

Vendo olhos querendo

Me sugar...