CONDENSAÇÃO
Ponho meus olhos n’olho d’água
E fundo vejo um amálgama de algas e fungos
Entre o lodo e o azul topázio.
Algumas folhas deixam clorofila nos lábios da fonte
Em cicatrizes
E pelas plantas, como a ramagem em raízes,
Desce um líquido viscoso
A misturar-se com água e terra.
Ergo as mãos. Ponho-as na superfície da vida desmedida
Em natural condensação que não se encerra,
Como uma porção de esperma na calçada
À espera de alguém que lhe dê vida.
________
Em tarde chuvosa, de volta da Bienal do Livro.
Ponho meus olhos n’olho d’água
E fundo vejo um amálgama de algas e fungos
Entre o lodo e o azul topázio.
Algumas folhas deixam clorofila nos lábios da fonte
Em cicatrizes
E pelas plantas, como a ramagem em raízes,
Desce um líquido viscoso
A misturar-se com água e terra.
Ergo as mãos. Ponho-as na superfície da vida desmedida
Em natural condensação que não se encerra,
Como uma porção de esperma na calçada
À espera de alguém que lhe dê vida.
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Em tarde chuvosa, de volta da Bienal do Livro.