Mesmo que eu quisesse
Eu poderia escrever poesias tão bonitas quanto as dele...
ou talvez eu não pudesse.
Talvez eu não conseguisse falar de nada,
além de mim mesmo e de como eu me sentia.
Eu não poderia alcançar o coração de ninguém,
por que não sabia nem onde estava o meu.
E meu egoísmo era tanto,
que não podia aceitar aquela perda. Aquela derrota,
e a sua fuga tão rasteira para os braços de outro.
fingi, e resmunguei e escrevi,
minha raiva e meu recalque,
como se ninguém pudesse ver,
que ali eu era o idiota.
Me embriaguei e me privei do sono...
andei pelo meu quarto e pela casa vazia,
sem me atrever a me olhar no espelho.
Não queria ver, meus olhos,
e a minha própria miséria...
por não poder escrever poesias,
versos de amor e de saudade,
mesmo que eu quisesse.