Cirrostratos *** Café com chantilly
Dependuro na porta um aviso
Antes que o mundo me renegue
Sou eu a dizer-lhe
Segue
Que eu gosto de leve
De asas de beija-flor em movimento
Que eu gosto da natureza
Do voo sem destino
Do imprevisto
Do alô na esquina
Das mãos que se tocam
Mesmo desfazendo a sina
Que eu gosto do que não volta
Mas no peito fica
E o meu poder sobre ele me faz rica
Que eu gosto da indisciplina
Da vida tal um filme açucarado
De personagens retos
Como cirrostratos
Numa tarde vagabunda
***
Café com chantilly
Pago o café com chantilly
E que vá o mundo inteiro
Para aquele lugar
Aquele lá
Onde não tem café
E chantilly é cuspe grosso