EM DESENCANTO

Olho assombrado tua alma vazia;

Outrora fonte de encanto e inspiração.

Que silencio é esse que cala a emoção,

Desse olhar ferido de verdade fria?

Vejo que há um inquieto aceno

Percebo um grito aflito e mudo

Nesse olhar triste de brilho desnudo

Que reflete um amargo cálice de veneno

E esse coração que antes era ardente,

Hoje a deriva, ao cruel acaso dos revés

Vive só, sem norte e ao sabor das marés

Conhecendo a fúria desse mar descrente

Quem apagou tuas estrelas no céu?

E os teus caminhos quem ousou mudar?

Terá sido a sina que roubou o sonhar?

Ou outro destino que cruzou o teu?