Falha
Tuas mãos andam vazias,
arredias das minhas vísceras,
mas fique sabendo:
por dentro só há uma brisa.
Faz frio e chove todo dia.
Tua ausência virou monumento,
refúgio onde derramo o meu silêncio.
Quando penso, contemplo
a tua imagem sem intento,
os teus olhos moldando o tempo.
Te penso com medo no peito,
mas acima de tudo, te penso.
De qualquer forma, a ideia não te encontra
e teu horror só faz afronta.
Dizes que tudo me atrapalha,
mas a dor é interior;
eu é que sou falha.