Da poesia, o poema
Nos meus poemas constam tudo, de tudo um pouquinho,
falo do amor, da paisagem e até dos passarinhos!
Falo das Serras de Fortuna, em Minas meu lugar,
falo dos búfalos que ali moram, que me impedem de passar.
Do João-de-barro já falei, outro dia eu curioso,
por que ele arquitetou, sua casa tão teimoso!
Bem no alto do ipê, de flores amarelas,
João-de-barro construiu, não entendi o lugar delas!
Nos meus poemas constam tudo, até mesmo da política,
só não constam onde acho, essa graça analítica!
O meu mundo eu não entendo, eu sofro de tão grande dor,
quando falo em meus poemas, um assunto de amor!
Sou obrigado a retirar-me, do meu mundo em receios,
levo a vida entre os bichos, entre pássaros que gorjeiam!
Dos búfalos aos mugidos, estou sempre a fugir,
do amor não me afasto, sem meus poemas não posso ir!
(Da Poesia, o poema)