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Não sei se celebro a dor ou se lembro os ais
Destes olhos amargurados pelos versos desleais.
Caminho descrente até a linha de chegada.
Afinal, me disseram que já não existe nada
Que sirva de repouso a minha incompletude.
Uma vida sem amor é pior que a morte,
Prefiro a inexistência à lamentar a sorte.
A permanente ausência que transborda em mim
Me traz os poemas e as flores que nunca recebi
Das mãos que cortavam meu peito de modo mais rude.
Me acostumei a traçar rotas desventuradas
Assistir meu coração atravessar mil adagas
E permanecer vivo sem que pudesse alcançar
Os sonhos românticos de uma noite de luar.
E ainda assim, entreguei a você o melhor que pude.