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Não sei se celebro a dor ou se lembro os ais

Destes olhos amargurados pelos versos desleais.

Caminho descrente até a linha de chegada.

Afinal, me disseram que já não existe nada

Que sirva de repouso a minha incompletude.

Uma vida sem amor é pior que a morte,

Prefiro a inexistência à lamentar a sorte.

A permanente ausência que transborda em mim

Me traz os poemas e as flores que nunca recebi

Das mãos que cortavam meu peito de modo mais rude.

Me acostumei a traçar rotas desventuradas

Assistir meu coração atravessar mil adagas

E permanecer vivo sem que pudesse alcançar

Os sonhos românticos de uma noite de luar.

E ainda assim, entreguei a você o melhor que pude.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 09/04/2014
Reeditado em 28/04/2014
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