POR AMOR E PELO PÃO
Simbora compor a história
que a estrada é longa
e a viola pede carona
nas asas de um cantador.
Vamos que ainda nos resta o som
da madrugada fria esperando o Tom
entre as estrelas e as luzes de neon.
Bailamos na valsa da vida
cantamos em nossa ida e vinda
sobre o chão e sob o céu.
Sonhos de giz que acordam num papel,
no giro desse imenso carrossel.
Essa esperança que nos conduz
sempre na corda bamba,
por entre as sombras procurando a luz
de um tocador,
que embala suas mágoas
num canto de dor.
Que não se cala e nunca se espanta,
abre a garganta, chora ri e canta,
e apreciando a beleza da flor,
Acorda o pão de cada dia
ponteando as cordas do coração,
tecendo amor, embalando a poesia.
Fé no compasso, viola no braço...
como se fosse uma oração.
Segue buscando a harmonia,
eterno beija-flor em plena procissão.
Tocando amor nas cores da canção.
Vamos que ainda nos resta amar,
e o fim da festa pede pra recomeçar.
Inalando mar, bebendo lua,
no meio da rua,
ou em qualquer lugar.
Cantar sempre cantar,
bebendo lua, inalando mar.
Que ainda nos resta o Tom
entre as estrelas e as luzes de neon
e a madrugada fria esperando som.
Saulo Campos - Itabira MG