LOBA

Incêndio no alto

Das vozes sem rosto

Procuras um rosto

Que acolhe disposto

se acaso gostar

irá temperar

até que se dobre

se curve

uive

subindo escondido

depois que passar

levantando minha máscara

deixando escondido

o que seus dedos fingidos

se esquecem de voltar

a fazem suspirar

clamando emoção

desperte um coração

avermelhado

como que tatuado

antes de beijar

esta outra boca

que sufoca

qualquer fala

na mesma hora

que sente

uma corrente de pele

vagando por entre

duas e mais notas

tocadas pela palma

que se afina e entra

devagar e amena

como querer

dela um gritar: - me ofenda

tire a venda

que torna frágil

deixe-me sedenta

cadê seus amigos

venham beber-me

feito vampiros

nesta noite fiz

um convite lá em cima

onde há incêndios

nada que posso pensar

tudo quero sentir

“há dois montes

Em que o pico gelado

Derrete pelos lábios

Como brumas enroscadas

Possuídas

Onde quem escala

Me fez bandida

Porque roubo

Seus sucos

E ainda luto

Pra acontecer outro dia.