SILÊNCIO DE CINCO PONTAS
há um vago silenciar...
entrei na noite dos teus braços,
adiei o dia
— o mais que pude —
de lábios mordidos
economizando claridade.
tênue, o silêncio é vago.
dois respiros em hiatos
na mansidão mais abstrata da mudez,
— quase mudez —
ditas pelas mãos contornando a alma em forma,
respiro teus ais suados de amor em resguardo
na penumbra de muito silêncio, o absoluto,
enquanto o grito do sol não arde
vago pela noite
em busca das cinco pontas
do brilho silencioso desta estrela.