COISAS PERDIDAS PELO CAMINHO
COISAS PERDIDAS PELO CAMINHO
Hoje ando sobre as cinzas,
Vejo os amigos perdidos,
Alguns já são cinzas e pó,
Outros são pessoas cinza,
Perdidas pela vida adulta,
Ou caídas no chão pelo vicio.
As estradas são entediantes,
Não vejo as montanhas ao longe,
Apenas a paisagem seca e morta,
Urubus sobre a carniça aqui e ali,
Cães ou lobos a brigar ao longe?
São tantas coisas perdidas no andar,
Amores que não falamos “eu te amo”,
Amigos que nunca abraçamos,
Caminhar na chuva por medo,
Medo tolo de se molhar e adoecer.
Não atravessamos o túnel da razão,
Perdemos no caminho momentos.
Somos responsáveis por este crime,
Somos testemunhas silenciosas,
Omissos da morte da inocência
E cruzamos os braços e crescemos.
Perdidos pelo caminho deserto...
Nossos Erês choram por nossos sonhos,
Os anjos cantam ao lado dos mortos,
E na face de cada morto está nossa face,
É um sorriso que perdemos...
Sorriso que jamais voltará...
André Zanarella 20-03-2013