A Lucidez dos Loucos
O poeta é mais que louco,
tão lúcido em sua loucura
talvez porque o papel
venha da maravilhosa celulose
matéria prima dos verdes
todos os verdes das ramas...
Mas ele também faz versos
como os que sangram as seivas
como os que choram os orvalhos
como os que se esvaem em resinas...
Essa loucura tão linda,
na dimensão de seus sonhos,
nas asas da fantasia
nos meandros do imaginário
faz do poeta um demente
mas bem cheio de razões
(pois se permite delírios
na sua fala diferente)
por ser sempre um emissário
de todos os deuses,das musas
e por usar, de repente
a celulose tão mágica
quanto a alquimia da natureza
em festa,sons, cores, luzes
em multiplicações
eternamente contínuas..