Uma Parada Brava ( Lésbicas )
Doméstica flama em um tempo errante
Moça perdida em ruínas de travesseiros
Amaluca, plasmada, detonada virgem
Vinde a mim como criança assustadiça!
Tenho poesia a te reclamar teus ouvidos
Ouça de mim o canto que te embalará
Um peito generoso e quente a te suster
Amôr meu de lésbicas amantes sem sexo
Sou tua contraparte no sofrimento teu
Em mãos habilidosas de anseio maternal
Te envolvo aos cabelos airosos de mãe
Aquela que te recita um mantra de ninar
E somos juntas e eu serei sua requerida
Chama ardente de uma vontade feminina
Prontas a negar aos homens nosso amôr
E dispostas, sim, a nos entregarmos vãs
O mundo que nos matem a deixar julgar
Estaremos juntas divididas por ambiguas
Sou teu homem imaginário sem o pênis!
Pronto a te dar graciosos enlevos úteis
Louco juramento de meu ter e querer ser
Não importa! Somos Lua e Sol ilimitadas!
Conforte seu rezar pedindo a mim frases
De dizer-te o quanto te espero consentir
Volvemos as mãos cálidas e mui pálidas...
Nesse calor que nos une diante do frio...
Em vestes afeminadas e sedosas linhas!
O toque em seu rosto em mácula infame!
Solitárias ao ermo e dedicadas senhoritas
E neste mundo dolorido estamos sem dôr
Ineptas em querer sentido entre homens
O impróprio amor em demasia declinar...
Termino aqui o relato desse reencontrar
Em riste a dedilhar rasuras entre as duas
Chorando ao impor as mãos em face rija
Sabendo que nosso ardor desaba triste!