Uma Parada Brava ( Lésbicas )

Doméstica flama em um tempo errante

Moça perdida em ruínas de travesseiros

Amaluca, plasmada, detonada virgem

Vinde a mim como criança assustadiça!

Tenho poesia a te reclamar teus ouvidos

Ouça de mim o canto que te embalará

Um peito generoso e quente a te suster

Amôr meu de lésbicas amantes sem sexo

Sou tua contraparte no sofrimento teu

Em mãos habilidosas de anseio maternal

Te envolvo aos cabelos airosos de mãe

Aquela que te recita um mantra de ninar

E somos juntas e eu serei sua requerida

Chama ardente de uma vontade feminina

Prontas a negar aos homens nosso amôr

E dispostas, sim, a nos entregarmos vãs

O mundo que nos matem a deixar julgar

Estaremos juntas divididas por ambiguas

Sou teu homem imaginário sem o pênis!

Pronto a te dar graciosos enlevos úteis

Louco juramento de meu ter e querer ser

Não importa! Somos Lua e Sol ilimitadas!

Conforte seu rezar pedindo a mim frases

De dizer-te o quanto te espero consentir

Volvemos as mãos cálidas e mui pálidas...

Nesse calor que nos une diante do frio...

Em vestes afeminadas e sedosas linhas!

O toque em seu rosto em mácula infame!

Solitárias ao ermo e dedicadas senhoritas

E neste mundo dolorido estamos sem dôr

Ineptas em querer sentido entre homens

O impróprio amor em demasia declinar...

Termino aqui o relato desse reencontrar

Em riste a dedilhar rasuras entre as duas

Chorando ao impor as mãos em face rija

Sabendo que nosso ardor desaba triste!

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 06/04/2014
Reeditado em 06/04/2014
Código do texto: T4758522
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