DOS ENGANOS
Ofereça-me uma taça do tal vinho,
Que rubra e louca vontade me consome.
Tenho o sol na madrugada
E as estrelas sobre o leito,
Perdi senso, estro e até o nome.
Mas sou Musa de poeta!
A mulher, que cortejada, faz-se deusa.
O restante, se verdade, não importa.
Há enganos que se aceitam por vaidade,
Por impulso de se ter e ser Amor...
Colocam-se sonhos na fechadura da porta,
Embebeda-se a sóbria realidade,
(inspirado num conto de ZuleiKa Reis, "Mãe, quero ser Musa!")
imagem: worpress.com