AMOR E SUA SOMBRA

O amor tem a singular

dimensão do medo.

O poeta arranha-se

e na epiderme o amor fica.

Surdos e cegos

consomem-se os amantes.

Trajetórias de inexplicáveis

silêncios

segue a vida

entre a criatura e sua sombra.

É áspero o traço trágico do ciúme.

E na epiderme o amor resiste.

Ali reside sua cáustica clausura.

Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 25.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/47560