Campo arado

Um corpo dos mais desejáveis, de vocabulário não tão articulado.

Um copo almejado, sedento por goles exagerados.

Uma mão despida de luvas, no frio das tristes ruas.

O inverno trincando as lágrimas, rachando os lábios, não mais tocados.

O suor que seca ao entardecer, esperando o sol renascer.

Tão longe, tão perto,

ora venoso, ora devasso.

Hora certa pra dizer não. Ora! disseste em vão.

Vento de outono, sacolejando as folhas secas.

O lado da cama desabitado,

vazio silêncio, discurso vazio.

Troncos de árvores se partindo, na manhã fria e serena.

Seiva bruta, escorre feito sangue elaborado.

Desperdício feito do alimenta descartado.

Eduardo De Caneda
Enviado por Eduardo De Caneda em 02/04/2014
Código do texto: T4753728
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