Campo arado
Um corpo dos mais desejáveis, de vocabulário não tão articulado.
Um copo almejado, sedento por goles exagerados.
Uma mão despida de luvas, no frio das tristes ruas.
O inverno trincando as lágrimas, rachando os lábios, não mais tocados.
O suor que seca ao entardecer, esperando o sol renascer.
Tão longe, tão perto,
ora venoso, ora devasso.
Hora certa pra dizer não. Ora! disseste em vão.
Vento de outono, sacolejando as folhas secas.
O lado da cama desabitado,
vazio silêncio, discurso vazio.
Troncos de árvores se partindo, na manhã fria e serena.
Seiva bruta, escorre feito sangue elaborado.
Desperdício feito do alimenta descartado.