ODE DA CALDA
A calda que escorre, quando o tempo resvala
Encobre, umedece e unta, a bendita alma
Com calma, que nem se apercebe, a diva
Que embalada na calda, se perde a deriva
Acho que ela até se encanta, e se declina
A admirar a vista, banhada, no alto da colina;
As vezes é preciso estar assim, completa em doidivana
Desmantelando a armadura, que a monotonia cria
Mas a hora, que passa, se encarrega e seca a calda
A pobre menina sonhadora, acorda e chora, desiludida,
Perdida, sobre a calda seca