Ofício, Paixão ou Frêmito

[Vício adquirido ou congênito?

Hoje eu não vou ter pesadelo!

Ábdito de mim, não poderei tê-lo!

Pois hoje não vou dormir cedo.

Nessa noite vou inspirar-me até tarde

Sentir na espinha a paixão que arde

E que dedilha por si própria

A esmo, incógnita...

Antes de chegar o sono

Longe, já terei partido

Pra dentro do meu livro,

Que ainda não publiquei,

Lançar-me-ei ao abandono

A terras muito aprazíveis

Nas quais sou amigo do Rei

Para quem meus versos

Serão sensíveis

E a todos os egressos

(réus confessos)

Eu cantarei!

Onde dinheiro pouco me importa

Clamarei ao povo o que me exorta:

É sangue vivo, disperso em palavras

Grito rouco - minhas aspas -

Frêmito quente

Lacrimejado

Amor plangente

Vociferado

Um obituário lavrarei

Para o advogado,

Estudante-estagiário,

Funcionário público ou professor

Estes todos eu já fui ou sou (!)

Aqui, no meu trabalho,

Outro é o baluarte

Prescindo de riqueza ou esteta

Mãe... em verdade (pressinto),

Meu sonho sempre foi ser poeta!

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 31/03/2014
Reeditado em 06/10/2023
Código do texto: T4751294
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