Rua deserta

Cidade dos Belos Horizontes;

De montanhas, sóis e muitas fontes.

Igrejas, escadas e ladeiras íngremes.

Assim também é o bairro onde moro.

Rua deserta, incerta;

Molhada de chuva, fria e escura.

Gosto dela, assim eu sinto;

Que um dia ela será minha.

Perto estou, de frente ao lado;

Construções modernas;

Estreita com aspecto de vielas.

Cores cinzas, beje, assim a vejo da minha janela.

O monte de Oração a protege.

Não tem como ser um herege.

De dia e de noite, todos se erguem;

E as bençãos descem da batuta que rege.

Monte dos Palmares;

Lugar de encontro e devoção.

Sinto-me protegido com tanta celebração;

Povo contrito, vozes e declaração.

Ouço as vozes, acendo minha arandela.

Para isto o silêncio e sentinela;

A madrugada adentra.

Não sei como eles aguentam.

Oram, choram, clamam, gritam;

São tantos os louvores;

Um povo de muitos temores;

Bençãos descem em todos os arredores.

Helbert Vinícius de Faria
Enviado por Helbert Vinícius de Faria em 30/03/2014
Reeditado em 02/06/2014
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