MUDAR, QUERIA EU
Mudar, queria eu,
este meu ser descrente
de tudo, e de tantos.
que acreditam que o céu,
paraíso aparente,
é um poço de encantos.
Acredito no homem
que transforma ais
num lindo sorriso.
Não nos outros, que dormem
indiferentes, banais.
Desses, não preciso.
Mudar, queria eu
toda a lei que, vigente,
magoa, revolta,
permitindo que um réu,
criminoso, indecente,
continue à solta.
Acredito no Amor,
do homem de bem,
que respeita a justiça,
não impondo o terror,
e jamais faria alguém,
vítima submissa.
Mudar, queria eu,
começando por mim,
se não fosse a idade…
Mas meu corpo cedeu
a um peso sem fim,
que se chama saudade.
Sinto ausências na vida
dum tempo distante
que me tem refém.
Sem me dar por vencida,
peço em troca, bastante,
mas não sei bem, a quem.
2014-03-28