Quem és tu poesia?
És a filha pobre da literatura
Mas eu jamais te abandono
Pois a minha mão a tua segura
Não serás como animal sem dono
Tu libertas o meu pensamento
Me acompanhas na solidão
Me ouves cada lamento
De desculpas e de perdão
Te fiz de fiel amiga
Nossa amizade não corre perigo
Fiz dessa amizade cantiga
Para sempre ouvi-la contigo
Aprendi ao teu lado o saber
Da junção de palavras, a rimar
De amor, de paixão, de prazer
De frustração, de saudade e de chorar
Assim sendo teu companheiro
Em horas longas e mortas
Corremos juntos, o mundo inteiro
Sem sequer bater nas portas
Entramos sem permissão
Saímos quando nos convém
Pois no nosso mundo de ilusão
Escrevemos para todos e p´ra ninguém