Na minha potoca ou sua motoca? - parte II
Ei cara, sou teu, a julieta, sou tua generosa, desmonte o motor...
Não deixe a máquina a tremer sem gasosa e fique comigo aqui!
Lembra de te deixar ao enlevo de juras na garupa te aquecendo?
Não corte este barato que nos une desde que questione que te vi!
Seja livre comigo, camaradinha e me ofereça a carona insuspeita!
Vamos seguir nas ruínas de praias e coisas, de homens e vadios
Me ofereça em riste o volante, o guidão, a aventura na estrada!
Sorria comigo para o mundo refletir o siso que não deixa impedir!
Ao longe, em estradas rudes, me dê a mão e fale belas cantadas
Seja irmão, pai ou patrão, porém continue estes nossos sonhos!
Corrija o mapa e dê indicações de que meu rumo esteja contigo
No mapa encontras o mundo, mas eu sou parte de si e comadre
Em vôos sacudindo a poeira, destinados à fronteira sem limite...
Peço a ti que não magoes jardins e floresça a irmandade nossa!
Sou a tua louca fiança para admirar a paisagem e confiar amores
Embotada por sentidos que ao vento deleita-se com meu cabelo!
Fujamos na surdina, à noite leviana, para aventuras silenciosas!
Venha comigo e leve consigo aquela cardíaca enamorada infante
Sou sua, a moto é sua, o tempo é nosso, o universo de ninguém
Façamos a hora para quem sabe não fazer esperar, esperemos...