O BÁLSAMO DE LÓTUS
Ela vestiu
um terno preto
sapato
couro estampado
sem salto
chapéu lista marrom
também escuro
quanto era noite
em seus olhos
maduros
na pureza dos andarilhos
que procuram abrigos
entre os muros
ombros seguros
que vagam a espera
do que mata
virgindades
idades seminuas
rindo nas brumas
das ruas
parecendo tempero
colhido a esmo
pra ser servido
antes do poente
botões que abrem
terno desarma
frágil pele da cobra
agora visava
imperadores
os gladiadores
todos que olhavam-na
como presa
sutileza ia deixando
luvas perfumando
quem quer que
vinha alcançando
disfarçava um feminino
um se quer me acompanhe
tenho champagne
em minha mesa
ventos adocicados
pensamentos
que teu veneno
abrirá
depois que a noite
calar
meu sedento
caminhar
pela penumbra
dos "homens vencidos"...