FRESTAS DE ERAS

Não há vagas em meus sonhos para devaneios errantes,

Sou timidamente inquieto para não ir a lugar algum

Caminho por labirintos coloridos em solo plano

E busco sempre a companhia que queira ir ao futuro

E sonhe fantasias reais com tempo para acontecer

Hoje foi o que sobrou de ontem com proposta de acontecer,

Mesmo que seja amanhã

Eu sou livre para percorrer o mundo sem sair do meu mundo

E às vezes me perco em andanças que não me levam para casa

Onde dormem os sonhos que construímos a cada dia?

Precisamos procurá-los a todo instante

Sem fugirmos da nossa rota.

Porque eles são perenes, mas fieis

E nos aguardam pacientemente

Até dissiparem no cotidiano dos dias,

Que escorrem por entre as frestas de eras

E ainda assim continuam à nossa espera

Intactos, prontos para acontecer

E virar dia ou noite,

Afago ou açoite

Na mão de seu domador.

Edson Penha

26mar14.