NA RAZÃO DE KAFKA
Era uma corredeira
abaixo
de uma veste imunda
desnuda
transparências
invoca
a indecência
pra ficar só
numa ilha coberta
por jornal
qual o mal
que ele fez
pergunta o insolente
onde a vontade
e virtude
são elementos
fabricados
desolados
despossuídos de si
toleram os ratos
mais do que
qualquer teatro
de vida digna
tempestade
solvente
derrete tintas da pele
quase sem vida
descascada
benzida
pela coleira
desce corredeira
abaixo
da veste imunda
descobre o sono
que nunca teve
deita por sobre
a sorte
que os outros tem
transporta um ninguém
a mais no corredor
dos esquecidos
antagonismo sentido
se elo foi perdido
nunca foi de ouro
desce corredeira
abaixo da veste
imunda...