RASGUEI AS MINHAS VESTES

Rasguei as minhas vestes

Desci do salto

E me expus prá quem quisesse me ver

Ando pelas ruas

Sentindo o meu ser nú

Descoberta de mim mesma

Percebo o quanto não se pode ser sincero

O quanto não se pode ser verdadeiro

As pessoas brincam com você

E seus sentimentos

Te transformam numa pessoa fria

Muitas vezes até irracional

Pensamos em vingança

Pensamos em fazer o mal

Mas insistir nisso é ser pequeno demais

O meu ser é grandioso

Não vou me deixar contaminar

Por aqueles que não sabem amar

Me recuso a receber migalhas

Me recuso dar por me dar

Sou muito mais do que podem imaginar

Um ser sem maldade

Que mesmo na maturidade

Ainda consegue acreditar

E se deixar enganar

Mas a vida por si só é cruel

Às vezes doce

Outras vezes amarga feito fel

Ando nas ruas e olho este imenso céu

Onde nuvens negras pairam sobre a minha cabeça

Já não vejo mais um céu azul

Não vejo mais o sol

Nem tão pouco as estrelas

E parada em frente ao mar

Vejo apenas o horizonte

Que não sei aonde pode me levar

Mas tenho que seguir

Então de volta para casa

Decido me vestir

Depois de literalmente me despir

Não vou mais me mostrar

Não vou mais me abandonar e me entregar

Serei mais cautelosa

Não vou mais acreditar

O ser humano muitas vezes, é mesquinho e cruel

É egoísta, e só consegue enxergar a si mesmo

Até o dia em que alguém lhe cause a mesma dor

Mas estou aqui para aprender

E a cada sofrimento sinto o meu ser crescer

____________________Sandra Leone

24.07.13

Sandra Leone
Enviado por Sandra Leone em 27/03/2014
Reeditado em 09/11/2014
Código do texto: T4746288
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