SERESTA II
Ai, solidão de aço!
Essas seis cordas num braço,
e o dedilhar de ausências
para o comboio de cansaços.
O tamborilar dos dedos
vai rebatendo medos,
e a noite andeja é uma clave de sol
enluarada, que viceja.
Assim, a pureza caminha sozinha,
lume sobre o alambrado de cordas,
cantando, em lusco-fusco,
a ausência,
a cada compasso.
- Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 23.
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