NA SOMBRA DO CERNO

Ele foi pescar

quando voltou

deixou um rio

por rastro

do que impede

voltar a ser

quem era antes

do fruto colhido

servido a mesa

uma reza escondida

preferida

pela ferida deixada

anos atrás

era seu pai

entre linhas

anzois

a conversa do dia

a dia

barco que ia

num tomo abaixo

das linhas

conhecidas

prato a mesa

imposta

num canto de areia

sossegar

olhos voltados

pra imensidão

que retorna

com ele

pois dele

é que falo sozinho

me perco e sorrindo

desapareço

entre maricás

capins selvagens

queria nunca mais

voltar

viagem devolve

um eco fantasma

que não assusta

decidi por mim

esta labuta

por vezes sofrida

e quando voltei

querida

deixei outro rastro

de rio

um fino fio

que tento preservar

pra chorar , sabe...

...sorrindo.